Em agosto de 2022, faltando exatos dois meses para as eleições, a Folha noticiou: “Outdoors que associam esquerda a ‘bandido’, ‘aborto’ e ‘censura’ se espalham pelo país”. A reportagem disse que o grupo Prerrogativas, que reúne advogados e juristas, faria uma representação para a retirada dos cartazes, o que acabou acontecendo logo em seguida. Os cartazes ligavam a esquerda às seguintes palavras: aborto, censura, MST, impostos, ideologia de gênero, narcotráfico, povo desarmado e PCC.
“Nesse momento, varre o país uma onda de fake news espalhadas massivamente com clara coordenação central”, dizia a nota do coletivo replicada pela Folha e blogues petistas como Brasil 247 e Rede Brasil Atual, que reportou a notícia com o seguinte título: “Advogados denunciam outdoors com informações falsas contra Lula”.
https://www.redebrasilatual.com.br/politica/advogados-denunciam-tse-outdoors-mentiras-contra-lula/
O texto da Folha classificou o conteúdo dos cartazes como “difamações” e disse que lula foi representado de forma “negativa”. Numa rápida busca na aba de pesquisa do próprio jornal, seria possível encontrar reportagens mostrando que a esquerda é favorável ao aborto, a mais impostos para supostamente combater a desigualdade social e ao desarmamento civil, mas, de maneira estratégica, a Folha e demais veículos não citaram quais verbetes poderiam ser considerados fake news.
Voltando ao Prerrô
E quem são estes “deuses da justiça” que censuraram as faixas? Uma manobra usada na época das eleições foi apresentar o Prerrogativas como um grupo independente, como se fosse apartidário, mesmo com suas posições políticas explícitas. Na ocasião, Augusto de Arruda Botelho, um dos líderes do grupo e advogado da Odebrecht na Lava Jato, já era candidato a deputado federal pelo PSB.
Convidado especial do casamento de lula e Esbanja, ele obteve pouco mais de 40 mil votos, não ganhou a eleição, mas angariou um cargo no atual governo. Vale lembrar que antes do “Prerrô”, a OAB era a maior fonte de autoridade jurídica do país, mas, não sabemos porquê, a entidade anda bem silenciosa diante ao carnaval de injustiças que acontece diariamente no Brasil.
O ano é 2024 e de acordo com o Poder 360, o Prerrogativas já emplacou ao menos 28 nomes no governo.
Era para se causar espanto o fato de comentaristas políticos engolfados de um vocabulário crítico terem ocultado a atuação política do Prerrogativas na época. Um grupo que já nasceu com a finalidade clara de silenciar, marginalizar e reprimir a oposição através do rigor jurídico seletivo. Será que as palavras dos outdoors, que foram consideradas fake news na época, poderiam ser vistas de forma diferente hoje?
CHECAMOS!
Tão logo lula subiu a rampa e já editou um decreto revogando normas que facilitavam acessos a armas;
Segue um aperitivo do que acontece quando a população fica à mercê de tais decretos:
E por falar em MST, faltava menos de um mês para o lula 3 completar um ano e o crescimento de invasões do MST aumentou 215%.
https://revistaoeste.com/brasil/em-um-ano-numero-de-invasoes-de-terras-cresce-215-no-brasil/
Aliás, saiu uma equipe técnica do governo Bolsonaro para dar lugar a militantes que ocuparam cargos importantes. Você colocaria Aloísio Mercadante para ser o presidente do BNDES? Nem eu, nem você e pelo visto, nenhuma empresa privada séria teria coragem, conforme mostrou uma reportagem antiga do Fantástico.
Em novembro de 2023, a CNN noticiou: “Brasil está prestes a ter o maior imposto do mundo”. Haddad, o “muso das tributações”, ficou conhecido internacionalmente como “Taxxad”.
Diante da realidade atual e seguindo a lógica das publicações da época, o governo petista é “negativo” e “fraudulento”, como noticiaram há exatos dois anos.
E qual seria o arranjo retórico da esquerda numa próxima eleição caso a direita resolva reutilizar os outdoors?
Por: Carla Zambelli